Boa tarde, crianças modernas.
Hoje eu descobri o inevitável: Eu sou muito atrasada para o meu tempo.
Como assim? Bem...
Eu poderia pertencer a brilhantina dos anos cinquenta, ao látex dos anos sessenta, ao colorido angustiante e fantástico dos anos setenta, aos passinhos ritmados dos anos oitenta, aos deuses dos anos noventa, mas não, eu não posso pertencer á volubilidade dessa década.
Eu nunca gostei de funk, de emocore, de rebolation, de powerpop e creia, essa década será demarcada por isso.
A minha década será a década que lançou as pulseirinhas do sexo, das bonecas japonesas, dos escândalos perfeitos.
E o que teremos a dizer em nossa defesa? Que éramos muito jovens? Que não podiámos lutar contra a mídia?
Desculpem-me meus caros adolescentes, eu luto com ela todo dia. Eu não engulo uma música que fala sobre armas e sexo na favela e não creio que o máximo que o Brasil pode dar é um filme que mostra alguém com medo de levar um cabo de vassoura na bunda.
Eu não creio que os escritores do Brasil de hoje são piores que Machado de Assis. Não creio que não temos uma revolução para fazer. Não creio nessa desunião, nessa loucura.
Eu não creio em uma década perdida.
Pode até ser que eu seja uma principiante, mas se a sanidade de hoje requer calça colorida, então eu sou completamente insana.
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