Interminado III

segunda-feira, 20 de setembro de 2010


Do you know the difference between a raven and a writing desk?


Por um momento o tempo havia parado, ele sentiu algo estremecer, algo falhou ou deu errado na barreira estúpida do tempo. Logo ele estava na velha mesa de chá, a Lebre e seu pequeno companheiro riam divertidos e o homem sorriu para a cena, tudo era o que ele esperava que fosse, tudo era como foi.
- Feliz desaniversário. – murmurou sem alegria nenhuma por trás do sorriso desvairado.
A lebre pulou aos seus pés, servindo-lhe chá, mas o Chapeleiro simplesmente ficou a olhar a xícara e então o bule. Havia um bule vazio entre aqueles, o Bule de Alice.
Seria loucura procura-la? De qualquer forma, ele era mesmo louco...
O pequeno rato ficou olhando-o desconfiado.
- O que tens, Chapeleiro?
Este voltou o olhar para ele.
- Por que ela pode descer e nós não podemos subir? Por quê? – Ele jogou uma xícara no chão, sobressaltado. – Por que nós não existimos? Mas se não existimos, como eu estou aqui?
Ele escutou uma risada, e logo o gato estava entre eles.
- Tão rápido assim, Hatter? Dá ultima vez que ela se foi demorou sete anos para começar a sentir falta.
O chapeleiro parou de repente, sentando-se como se nada houvesse acontecido.
- Me passe o chá. –murmurou, irritado.
- Onde está ela? – perguntou a Lebre.
- Ela quem? – disse o rato andando sobre um bule.
- A Rainha. – Disse a criatura saltitando em volta da mesa.
- No castelo. Obviamente. – Completou Charles, pegando um pires na mão e olhando-o.
- Copas. – murmurou a lebre olhando para a xícara.
- Nunca mais, meu caro amigo. Ela o matou, e nossa Rainha agora tem seu trono. – O chapeleiro falou. – Só nós continuamos eternamente desgraçados. – ele bebeu o chá direto do bule e então o jogou na cabeça da lebre enquanto repetia a frase. – Feliz Desaniversário.
- Para mim, oh! Sim. – Cantou o rato, pondo-se a dançar com o gato que desaparecia e reaparecia logo após.
Levantando-se, o Chapeleiro pôs-se a andar ao redor da mesa, logo sentou-se de volta.
- E agora Absolem se foi.
- O que tem Absolem? – disse Cheshire, sorrindo para ele.
- E o Oraculum sumiu. – Disse o Chapeleiro. – Quantos anos eu esperarei para vê-la? E quando ela aparecer... Quantos anos ela terá?
- Quem? – Perguntou o rato.
- Alice. –respondeu Cheshire.

Interminado II

                                    A Outra de Severus

Ele não me amava. Talvez gostasse da curvatura da minha cintura ou de como sua mão – tão grande perto da minha – cobria todo o meu seio. Não engano-me pensando que me amava. Ele a amava e não a mim.
Eu era como uma prostituta que ele usava de vez em quando para aliviar a tensão, não tinha valor para ele me ver sorrir quando ele chegava à sala, não tinha valor meu olhar cabisbaixo quando ele me tratava com desdém heróico ao tentar acertar alguma de suas perguntas. Não, não tinha.
O fato é que eu gostava de pensar que me amava, principalmente quando, esperançosa, sentava-me sobre seus joelhos e ele prometia-me que mudaria. Mudaria? Eu ria então e beijava-lhe as pálpebras, descansando a cabeça sobre seu ombro logo em seguida. Sentia ele a afagar-me o cabelo. Tolo engano o meu, ele apenas diria em seguida.
- Você é tão parecida com ela.

Interminado I

O Jogo de Absolem
Capitulo 1 – Absolem retorna a Wonderland.

Em um dia não muito distante do Dia Glorioso uma bela borboleta de estranhos tons azuis pousou em uma xícara do conjunto de chá da rainha. Ela mantinha o olhar doce voltado a suas damas da corte quando escutou uma voz grave e melodiosa. A principio não deu atenção, pois conversava sobre as ultimas notícias vindas do exílio de sua irmã, claro que, como todos sabem, Irsabeth de Crims não era uma criaturinha muito fácil de dominar. Sua diminuta irmã de cabeça arredondada havia mais uma vez tentado escapar da cabana que havia lhe sido cedida – o que mostrava a bondade de nossa amada rainha (Que ela viva para sempre!) – pois Stayne estava a muito descontente e a srta. De Crims achava a conduta do valete muito repudiável e preferia estar a milhas de distância dele. Obviamente que isso não era algo possível, a não ser que consideremos quântica, mas isso seria inútil, pois seria uma terrível falta de respeito com aqueles que preferem a física clássica e ignoram totalmente a sua irmã mais nova. Sendo assim, a vermelha cabeçuda esperou o ex-amado dormir e então o esbofeteou com um pesado livro de história sobre As Terras de Cima. Ela só não contava que teria que carregar o nosso viril valete e passar despercebida por todos os guardas da rainha. Os mesmos riram encantados pelo modo ridículo que ela se portava e alguns vieram correndo contar a notícia a suas esposas, que eram damas do castelo da rainha, e assim voltamos ao momento da história onde eu, a loucura, havia parado. A rainha havia escutado a tal voz, e após escutar o causo, virou-se para está e ficou observando a borboleta.

I will miss the train ride in

Boa noite, lunáticos.
Quem nunca sofreu por um filme ou livro atire a primeira pedra. chuva de pedras
O fato é que a facilidade de se apegar a essas histórias é grande. Você sempre se vê em algum personagem, em alguma linha, você sempre fica com aquela maldita frase martelando na cabeça.
Aqueles que, como eu, são fãs de infância de alguma coisa, sofrem ainda mais. Vejam bem, se você foi da época da antiga trilogia de Star Wars, lembra da primeira vez que viu o filme, da espera, da ansiedade, você não pode dizer que ficou completamente realizado quando foi lançado A Vingança dos Sith. Universo Estendido não é a mesma coisa, não é mesmo? Serve para lembrar, dar aquele up, mais o essencial é o essencial. E quando o essencial termina, de algum modo, algo em você termina também.
Lembro quando assistia Sakura Card Captors e nunca queria que chegasse ao fim, e quando chegou, eu queria enfiar a cabeça debaixo da terra e morrer. Aconteceu a mesma coisa com FullMetal Alchemist, com Death Note, Gravitation, FRIENDS, etc.
Mas nada pesa mais do que algo que você realmente conviveu com. 
Sabe, aquela coisa que quando era natal você pedia de presente e abria antes, mesmo que escondido, só para tocar.
Harry Potter era assim para mim. Algo deve ter sido assim para você. Uma série, um game, um livro, um cantor.
Amor de fã é o maior do mundo, é amor que ama sem conhecer, é o amor mais louco de se ter.

Emilie vem ao Brasil

domingo, 19 de setembro de 2010

Você pode não saber quem ela é, mas ela sabe onde você dorme. 
Emilie Autumn (22 de Setembro de 1979, Malibu, Califórnia) é uma compositora, cantora, escritora, violinista, exemplo, amor, paixão, loucura e insanidade. Sua música mistura o clássico e o eletrônico, o inocente e o obsceno, o cult e o bizarro. 
Digamos que ela seja um tipo de droga que a nossa geração precisa.
Cuidado, queridinhos, Emilie Autumn está chegando ao Brasil para uma apresentação única que ocorrerá em São Paulo, dia catorze de novembro, no Inferno Club.

Informações:
Data: Domingo, 14 de Novembro de 2010
Abertura das Portas: 18:00h
Horário Show : 20:00h
Local: Inferno Club
Endereço: Rua Augusta, 501 - Consolação - São Paulo
Website: www.infernoclub.com.br
Fone: (11) 3120-4140
Ingressos:
01º lote :Pista :promocional e meia-entrada : R$60,00
02º lote : Pista :promocional e meia-entrada : R$80,00
Na LadySnake (Galeria do Rock) ou, pela internet, na  www.ticketbrasil.com.br

Espero ver vocês lá, plague rats o/

I'm an absolute beginner

Boa tarde, crianças modernas.
Hoje eu descobri o inevitável: Eu sou muito atrasada para o meu tempo.
Como assim? Bem...
Eu poderia pertencer a brilhantina dos anos cinquenta, ao látex dos anos sessenta, ao colorido angustiante e fantástico dos anos setenta, aos passinhos ritmados dos anos oitenta, aos deuses dos anos noventa, mas não, eu não posso pertencer á volubilidade dessa década.
Eu nunca gostei de funk, de emocore, de rebolation, de powerpop e creia, essa década será demarcada por isso.
A minha década será a década que lançou as pulseirinhas do sexo, das bonecas japonesas, dos escândalos perfeitos.
E o que teremos a dizer em nossa defesa? Que éramos muito jovens? Que não podiámos lutar contra a mídia?
Desculpem-me meus caros adolescentes, eu luto com ela todo dia. Eu não engulo uma música que fala sobre armas e sexo na favela e não creio que o máximo que o Brasil pode dar é um filme que mostra alguém com medo de levar um cabo de vassoura na bunda.
Eu não creio que os escritores do Brasil de hoje são piores que Machado de Assis. Não creio que não temos uma revolução para fazer. Não creio nessa desunião, nessa loucura.
Eu não creio em uma década perdida.
Pode até ser que eu seja uma principiante, mas se a sanidade de hoje requer calça colorida, então eu sou completamente insana.

O que me faz feliz

sábado, 18 de setembro de 2010

Um por do sol, por exemplo, me faz muito feliz.
Um dia novo, uma nostalgia, uma dor de cabeça a menos. Uma semana sem trabalho e sem provas, um trevo de quatro-folhas, lasanha para o jantar.
Uma coluna num blog, uma palavra amiga, uma malícia engraçada, uma comédia muito boa.
Um dia de Marla Singer, Uma HQ nova na banca, uma banca nova no bairro.
Um filme do Johnny Depp, uma convenção nerd, um episódio de uma série favorita.
Um almoço em família sem louça para lavar depois, uma canastra com os tios, a pipoca da avó, a piada do avô.
Uma nota dez no boletim, uma cantada de alguém legal, um owned em alguém ruim.
Um recado no orkut, uma foto bem bonita, um livro novo no armário, um box de star trek na cabeceira.
O meu hamster na roda dele, um sim em um teste que você quer passar, uma música flashback no celular.
Uma dança esquisita sem se importar, um beijo roubado sem explicar, um sorriso trocado sem se queixar.
Uma tropeçada sozinha e um riso depois, um pote de jujubas deliciosas, uma barra de chocolate só para mim.
Um jogo divertido e fácil de jogar, uma nova pessoa nos contatos, voltar a falar com alguém.
Uma borboleta na janela, barulho de ondas, o vento assobiando e fazendo a cortina levantar.
A luz da lua no meu rosto, uma balança balançando bem alto, alguém chamando para jantar.
Uma noticia interessante, um album novo, uma caricatura bem feita.
Uma tirinha engraçada, um cosplay interessante, um desenho bacana.
Uma paródia legal, uma ideia genial, uma irona sobre humana.
Alguém inteligente, um papo bem estruturado, uma filosofia qualquer.
Uma paisagem de cair o queixo, dinheiro no bolso, malas nas costas, um picolé de limão na mão.
Miniaturas fieis, armas de laser, sabres de luz, damas de ferro, pedras rolando, atrizes assassinas, lanternas coloridas, rapidez inexplicável, morcego de capa, pergunta com rosto.
Alegria de Alice, adoleta, correr na grama, viajar com a mão para fora do carro.
Chuva num dia quente, um mergulho em àgua doce, desenhar palavras na areia (para serem esquecidas, apenas isso).
Amor por estação, compras por atacado, pontas de estoque, karaoke de clássicos, sono, muito sono.
A vida, a morte, ventos do norte, mares do sul.
A simplicidade me faz feliz, muito feliz