A Outra de Severus
Ele não me amava. Talvez gostasse da curvatura da minha cintura ou de como sua mão – tão grande perto da minha – cobria todo o meu seio. Não engano-me pensando que me amava. Ele a amava e não a mim.
Eu era como uma prostituta que ele usava de vez em quando para aliviar a tensão, não tinha valor para ele me ver sorrir quando ele chegava à sala, não tinha valor meu olhar cabisbaixo quando ele me tratava com desdém heróico ao tentar acertar alguma de suas perguntas. Não, não tinha.
O fato é que eu gostava de pensar que me amava, principalmente quando, esperançosa, sentava-me sobre seus joelhos e ele prometia-me que mudaria. Mudaria? Eu ria então e beijava-lhe as pálpebras, descansando a cabeça sobre seu ombro logo em seguida. Sentia ele a afagar-me o cabelo. Tolo engano o meu, ele apenas diria em seguida.
- Você é tão parecida com ela.
0 comentários:
Postar um comentário